A tese de Camila Rocha Oliveira, orientada pelo prof. Dr. Adrian Gurza Lavalle, é uma etnografia política da origem da nova direita no Brasil. Trata-se de trabalho pioneiro, baseado em trabalho de campo no seio das organizações ultraliberais. O argumento principal é que a formação de uma nova direita no Brasil é um amálgama ultraliberal-conservador cuja origem remonta à organização de contra-públicos digitais durante o auge do lulismo, entre 2006 e 2010. Para sustentar o argumento a tese realiza uma reconstrução histórica da atuação política da direita brasileira na esfera pública desde a década de 1940, passando pela formação destes contra-públicos na metade dos anos 2000 até as eleições de 2018, quando a nova direita chega ao poder. O foco principal recai na trajetória do contrapúblico ultraliberal, uma vez que este foi o único cujos membros foram capazes de se organizar institucionalmente na sociedade civil de forma precoce; isto é, ainda durante o auge do lulismo, o que foi decisivo para desencadear a Campanha Pró-Impeachment de Dilma de Rousseff (2014-2016) e para fortalecer outras iniciativas políticas que foram importantes para a constituição da nova direita. A autora se tornou rapidamente uma das referências mais importantes no debate sobre a nova direita no país e sua tese figura hoje como um dos trabalhos seminais desse campo de pesquisa a emergente.
Orientador
Tese
Habilitado
Prêmio Tese Destaque USP 2020
Camila Rocha de Oliveira